Caros alunos:
O maior patrimônio desta escola são vocês, nós
professores, os funcionários e seus pais. Aqui é um espaço humanitário onde devem
ser priorizados nossos relacionamentos, nossas amizades, nosso diálogo. Em
nossas limitações, a busca deve ser por garantia do acesso, permanência e
sucesso de vocês e como em todo ambiente sociável aqui não apenas
proporcionamos o encontro intencional com o conhecimento, mas também nos
educamos e por isso justificamos a necessidade de parâmetros e normas que
delimitem nossas ações. A nossa escola é viva, Institucionalizada e existe para
ser transformadora. De coração, não queremos que aqui nenhum de vocês se perca.
Nesta etapa da Educação, Ensino Médio, são propostas a
retomada de conhecimentos prévios, continuidade do Ensino fundamental e preparação
para o mercado de trabalho, por isso temos a prerrogativa enquanto
profissionais da educação de povoar suas vidas de sonhos na perspectiva de que ainda
na adolescência tenham por objetivos cursos, profissões e independência
financeira. O mundo atual nos impõe responsabilidades desde cedo, exigindo a
definição de prioridades, renúncias e não poupará nenhum de nós das
conseqüências do comodismo, da alienação, da indecisão, nem do erro de escolha.
Não podemos ignorar, porém, nossas limitações de infra-estrutura
e déficits em áreas imprescindíveis para oferta de uma educação à altura do que
a sociedade exige e vocês merecem. É fundamental que nos alinhemos às
oportunidades que surgem, sem ignorarmos nossa capacidade crítica perante a
omissão daqueles que tratam com descaso, que não priorizam a oferta de uma
educação de qualidade. Não podemos nos entregar ao pessimismo, perder o ânimo
na corrida por nossos objetivos, abrir mão dos nossos sonhos, ou subestimar
nossa capacidade de buscar, de inventar, de reinventar, de fazer, de refazer, de
rever e se necessário recomeçar.
Há o consenso entre nós professores de que se faz
necessário para nosso convívio e para dá sentido ao nosso trabalho que o
ambiente escolar seja um lugar atrativo, agradável, sem perder de vista a sua
essência e para isso é fundamental dialogarmos, dada a necessidade de
mergulharmos em nosso mundo coletivo e individual, construir nossos pontos de
vista, nossas argumentações, compartilhar nossos gostos, nossas indignações,
inquietações e interagir com as nossas diferenças. Precisamos insistir na ideia
de escola enquanto contexto democrático e ainda que pareça redundante, sem
autoritarismo, sem egocentrismo e onde prevalece a negociação, os ajustes, o respeito
à legislação e aos acordos, na busca pelo "certo" porque nos parece
certo, construindo um ambiente de bem-estar, envolvidos em gestos de
solidariedade, de tolerância e de compreensão.
Por fim, conclamamos o sentimento Drummondiano: "O
presente é tão grande, não nos afastemos, Não nos afastemos muito, vamos de mãos
dadas.". E, um esclarecimento: esta carta não tem a pretensão de registrar
de nossa parte apenas um sentimento momentâneo, “distribuir entorpecentes”, ou
ganhar uma conotação fictícia.
Abraço fraterno!
REFERÊNCIA: Mãos Dadas – Autor: Carlos Drummond de
Andrade.
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